terça-feira, 24 de novembro de 2009

Constatações

Ano novo. Acordar, refazer, recomeçar

Tempo, turba, troça

Minha vida um algoritmo desequilibrado

Pêndulos dos sentidos desorganizados

Enquanto a vida, incólume, segue suas frivolidades

Ir, voltar, pedir, responder, se desinteressar.

Meu eu se dispersa em bolhas de sabão

Meus cacos largados em passos sem direção

O caminho largo da vida se estreita

Eu não sei o final

As ruas multidireção podem não levar a lugar nenhum

E a opção?

forma falida de aprisionar!

Virou desculpa diária para as mesmices dos jornais

O cotidiano limitado tira o ar seco das idéias

Clautrosfóbicas e moribundas

Seguem se suicidando sem ter nascido

Enquanto a vida peregrina incansável

Escreve em papel de pão

As grandiosas coisas que deixou de fazer.


Silveira Machado

2 comentários:

Cartografia n'alma disse...

Estou, literalmente, sem palavras! Que bom que me avisou deste post.FANTÁSTICO!!!Nem sei dizer de qual imagem eu mais gostei. Parabéns, Silveira!!! Muito Bom!!!
bjks!!!

Joao Antonio Ventura disse...

Grande Silveira Machado! Também não tenho palavras para definir a empatia que sinto!