quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Outros tempos, Doces e Santos


     Algumas cadeiras no portão. Raros, raríssimos grupos perambulantes e um ou outro carro com meio vidro aberto e braço para fora. De presente mesmo, só o silêncio. Mesma rua, mesmo vinte sete de setembro, só o tempo não é o mesmo. Só as prioridades não são iguais.
    
    Sinto pena da rua. Dessa mesma rua que me viu subir e descer de braços dados com a algazarra, me viu criança e me viu brincar. Me viu. Hoje, à rua, só resta lembranças e uma saudade seca dos tempos em que “aifoni”, “aipedi” e “blaquiberi” eram codinomes para brincadeira de Polícia e Ladrão. Nem as mães têm tempo de ficar de olho na gurizada, nem a gurizada tem, tampouco, tempo para ser criança e correr atrás das aventuras e dos doces.
    
    Hoje, o que vejo é um saudosismo melancólico, espalhado por redes sociais. Pessoas que veem o que já não está lá e exaltam coisa que talvez nem tenha vivido. Eu, melancólico saudosista, somo-me ao bons, aos meus, e afirmo como era bom ser criança quando eu era.

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